quarta-feira, 16 de dezembro de 2015


A(mar)-te

Amar-te é sentir fogo em chama ateada
É fumo e ilusão em combustão lenta que
arde e consome em gestos suaves e palavras
perdidas dentro do peito e suores encharcados
no leito.
Amar-te é gritar em uivos de paixão, sentir-te de perto, enlaçar-te num abraço e beijar-te sem tempo certo num acerto de contas de olhares achados e encontrados num vale de sonhos encantados.
A(mar)-te
É sol que me levanta de madrugada e me adormece na lua que me anoitece.

AC ________ Alice Coelho 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015


Boa Noite

Não foi boa noite nem foi bom dia
Foi uma tarde cansada e recolhida
Com sol, temperada, ébria e tardia
Queimada, acesa, incendiada, ateada
Mergulhada em ternuras malfadadas
Por mim sentidas e por ti abraçadas 
Uma tarde tocada como se fosse alvorada
Uma noite esquecida como se fosse banida.

AC ______ Alice Coelho



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Não interessa o tempo que tens
Nem o brilho que te enverga
Nem as vontades que contens
Interessa
A vida entre espaços e olhares
Os sonhos que não vais apagar
As tuas mãos, doces caminhares
Tudo nos aparece no tempo certo
Numa nesga de céu entreaberto.

AC ________ Alice Coelho.



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015


A Liberdade de ser Livre
(foto partilhada por JAMM)

Há nas palavras o teu eco de mar
Um querer escondido e ancorado
Um desejo, uma vontade de amar
E entre o viver e o morrer, esquecidos
Agarram-se as conchas e a areia soltas
A raiva da espuma e das ondas revoltas
(A)mar não é ser prisioneiro
É antes sentirmos por inteiro
E livres de Janeiro a Janeiro

AC _______ Alice Coelho


segunda-feira, 23 de novembro de 2015


Vem e toca-me!!

Toca-me com o olhar
Afoga-me com beijos
Queima-me com desejos
Acende-me com toques de pele
Ateia a chama
Incendeia
Derrama
Sucos de paixão
Línguas em erosão.

AC _______ Alice Coelho


segunda-feira, 16 de novembro de 2015


Sonho

Todos os dias fazes parte de um sonho, seja ele adormecido ou acordado,  seja ele em grito ou calado, falado ou sufocado.
Vens sentado num cavalo branco, galopas na minha direcção, raptas-me com garra e não me largas a mão.
Paramos numa floresta, cheia de verde e de pássaros a chilrear, continuamos o sonho que apetece, não quero acordar.
A lua encharca-nos de luar, a noite veste-nos de luz e a nossa verdade em caminhos atapetados de flores, nos conduz.
Agarro a tua mão com força, entrelaço-te os dedos, o coração bate descompassado e o sonho caminha apressado.
Quando os olhos se abrem, tu não estás, olho para trás e não te vejo, abençoado sonho, bendito desejo.

AC _______ Alice Coelho

domingo, 15 de novembro de 2015



O Hino ao Amor!!

Precisamos de canções de Amor que nos encham o coração e a alma, de olhares de ternura em liberdade e de machucar ou pisar o medo que tão cruelmente nos torna tão mais pequeninos no mundo de violência.
De Paris guardo a beleza e o encantamento, sem lágrimas nem sangue, onde esbarrava em cada esquina com perfume de cidade e amor em átomos de verdade.
Haja Paz!!
Enquanto houver força e sede de liberdade, lutemos por um mundo melhor e não deixemos que o medo transpareça, porque esse sim é uma arma mortífera que tem de ser combatida.
"Je suis Paris" !!!!


AC _______ Alice Coelho

sábado, 14 de novembro de 2015


O Abraço!

Ainda estão impregnados na pele, aqueles abraços apertados, nos quais não fica espaço para o respirar enclausurado nas nossas bocas, tão quentes e loucas de beijos feitos os mais arrojados desejos.
Abraços enlaçados, sem vontade de desatar, com apetite de atar mais forte e ficar, ficar como molde único, como o enlace dos nossos braços e adormecer em todos os espaços, onde só caibam os nossos abraços.
Eram abraços perfumados, quentes e fortes, capazes de dar tudo na ausência e de falar em silêncios nas curtas presenças.
Guardo todos os abraços, como momentos eternos, que não vivi, mas nunca esqueci.

AC ________ Alice Coelho

terça-feira, 10 de novembro de 2015


I Love You !!!

Não te queria preso numa gaiola, queria-te pássaro em liberdade, asas de vento, viola no saco, com beijo e com abraço.
Não te queria trancar entre portas, queria-te de janelas abertas, canções no bico e bocas cobertas.
Não te queria desvairado nem amansado, queria-te revolto e traquino, ondas de sal e olhar felino.
Queria-te além, onde o céu azul toca o verde do mar e os pássaros tocam violino e pousam nas tuas mãos de menino.

AC ________ Alice Coelho

segunda-feira, 9 de novembro de 2015



TU!!!!

Pintei-te de todas as cores, cantei-te as mais belas canções, fiz-te os mais doces poemas, desenhei-te de frente e de lado, vesti-te de sorrisos, olhámos as estrelas, sentimos o serenar do rio e a tempestade do mar e num tempo só teu, nunca dançámos ao luar.
Senti os teus dedos de seda, os teus beijos de sal e nunca foste meu, nunca fui tua, o abraço desfez-se, o sonho foi arrancado do peito, levado pelo vento, desespero de um momento.
Os meus olhos delinearam-te traços que não tens, escolher foi obra do além e afinal és igual a toda a gente, de trás, de lado ou de frente.
A tela ficou em branco, pintada pelo olhar que te  visto e no meu tempo perdido, não sigo a viagem, paro para descansar e desisto.
Faço marcha atrás e recuo embaciada no tempo promíscuo.

AC ________ Alice Coelho

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

                                                  Magia Do Tempo
O frio começa a cortar a roupa e a repassar a pele que se repele
O calor das palavras redopia com a velocidade do vento
O olhar enguiçou-se no tempo e não rascunha o momento.
A saudade não apaga com as ondas enroladas na praia
Os beijos enterram-se na areia molhada e arreganhada
O abraço naufraga na tempestade perdida de uma longa despedida
O Inverno traz o grito da tua voz num andamento feroz
E estou à janela em cada dia sem prazo, à espera que a magia do tempo te traga a qualquer momento. 
Nua e fria, espera tardia.

AC _______ Alice Coelho.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015





 E Se?

E se eu te disser que os dias sem a tua voz, não me deixam ouvir a musicalidade do céu
E se eu te disser que os dias choram no meu regaço a saudade do teu olhar
E se eu te disser que os dias sem o calor do teu abraço e a labareda dos teus beijos, são frios e desbotados
E se eu te disser que os dias são escuros e as noites se vestem de luto, que o sol ficou baço e a lua sem espaço
E se eu te disser que os dias precisam do teu sorrir para voltarem a florir
E se eu te disser que te espero em cada virar de esquina, em cada vão de escada, em cada janela aberta, em cada onda rebentada, em cada toque de chamada.
Vens a correr, ou ficas sentado à espera que o rio seque,as flores murchem e os pássaros fiquem mudos...
Espero-te num entardecer inesperado, num chamar desesperado, num pôr do sol avermelhado.

AC _______ Alice Coelho.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

                                       Olhar na mesma direcção
Embarquei no teu corpo e viajei nos teus beijos, senti os teus aromas e unimos os desejos.
A viagem teve várias paragens e não me conformo que tenha chegado ao destino.
Onde estão as paisagens, os verdes das colinas, as águas dos rios que nos moveram do leito para a foz e fazem-me falta o teu jeito e o timbre da tua voz.
Queria sentir o ontem na pele, o suor e o sorriso, mas esse teu calar faz de ti ser sem sentido.
Estende-me a mão, vamos subir e descer a rua, vamos contar as pedras da calçada, as ondas que nos enrolam, os tropeços nos beijos, os abraços em laços e os olhares de confusão que nos prendem por magia e condão.
Vem, não esperes que o sol se ponha, nem transformes o lençol em fronha e vamos olhar o céu, juntos.

AC _______ Alice Coelho

segunda-feira, 2 de novembro de 2015






Espero.te

Na rua, no carro, numa esquina
Nua, vestida, coberta de neblina
Espero de longe, de perto e além
Um sorriso, uma palavra sem desdém
Sem orgulhos e sem preconceitos
Vem, traz um poema e estende a mão
Procura-me nos olhos e abre o coração
Diz-me que me queres e que me pensas
Hoje surpreende-me, dá-me um sinal 
E sê louco, indiscreto e original
Espero-te.

AC _______ Alice Coelho

sexta-feira, 30 de outubro de 2015


CAFÉ......

Sabes-me a café. 
De tão longe, sentado ou de pé, beijos trazidos pelo vento, quentes e arrefecidos, numa brisa que nos lambe, num gesto que nos amarfanhe, em mãos que nos acanhe.
Quero escrever nas estrelas, no teu corpo e no papel, o quanto me queimas os lábios e a pele, com esse sopro que me zumbe em segredo o que te ocupa o pensamento nesse teu momento que sou eu.
Sabe-nos o café que não tomámos, mas que saboreamos juntos todas as manhãs, entre sorrisos e outros assuntos, lidos e escritos, desconhecidos e calados em gritos.

AC _______ Alice Coelho. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015


Amor vira Poema

Todos os dias nasce um novo dia com novos caminhos e novos sonhos.
Todos os dias inventamos novos sorrisos e conhecemos novas pessoas.
Todos os dias amamos o que quer que seja e seja quem for
Todos os dias tropeçamos em traições, mentiras ou enganos
Todos os dias caímos, nos machucamos, rimos, choramos e nos levantamos.
Todos os dias são dias para ouvirmos a nossa voz mesmo que o grito seja feroz.
Todos os dias valem a pena, numa brisa serena em que o amor vira poema.

AC _______ Alice Coelho

Nota: Não estou zangada com ninguém em particular, estou zangada por todos os dias ouvir o mundo gritar!! 
Obrigado

segunda-feira, 26 de outubro de 2015


 Pétala

Desfolhaste cada pétala do malmequer, cada sentimento, cada beijo e cada desejo escrito na alma.
Todas eram pétalas de bem me quer, cheias de pensamentos, de sorrisos e momentos, debroados de poemas e salpicados de sentimentos.
E, na magia de cada flor, cada prazer que desfolhas, cada olhar que orvalhas, cada silêncio que calas, cada verso que lês, cada lágrima que enxugas, cada lugar que guardas.
Desfolha agora
Não te demores, vai-te embora!!!

AC ______ Alice Coelho.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015



Daqui

Daqui, abro-te a janela à espera que o vento sopre os teus beijos, que os pássaros tragam as tuas palavras, que as fotos que tiras na distância do tempo não se confundam com os poemas em lamentos.
Dispo-me de preconceitos e espero-te nua, tomando banhos de lua.
Quando chegares, cubro-te de beijos e enlaces, passeio as mãos pelo calor do teu corpo e sigo rumando sem pudor.
Espero-te

AC _______ Alice Coelho.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015


Espero......

Desafio a chuva e o céu com um olhar
As estrelas brilham e não tombam
O frio rasga e não sei sorrir
E as cartas que escrevi eu rasguei 
Os ventos que sopram eu cantei
E de manhã ao levantar eu chorei
O sol limpou as lágrimas encharcadas
O dia amanheceu sem trovoadas
E os pássaros voaram velozes
Asas a bater e a pousar ferozes
O dia se fez noite, sem ti, sonho-te.

AC ______ Alice Coelho

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Foste!!!

Foste sol que aquece e frio que arrefece, foste mar revolto e salgado e rio sereno e afogado.
Foste ternura e doçura, vendaval e temporal, foste madrugada e anoitecer, acontecer e apetecer.
Foste o veneno e o antídoto, o aceno e o desacorde, foste lágrima e sorriso, a vida e a morte, a verdade e a mentira, a vontade e a ira.
Foste..... aprendi-te e conheci-te, toquei-te e queimei-me, gritei e sobrei-me.
Fuck you!!!

AC _______ Alice Coelho.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015



Silêncio


És silêncio e malvadez, és veneno e insensatez
És dilúvio e ventania, desvio e fantasia
És choro e desespero, poro e destempero
És o som e o frio, calado e vazio
Que verte nas lágrimas, a saudade que nunca ninguém viu.

AC ______ Alice Coelho.

domingo, 18 de outubro de 2015



Esquecer ou Não

Podes não mais me esquecer ou nunca mais me lembrares
Podes fingir que o que quiseres e que não me queres 
Podes andar e rodopiar neste vai e vem e não me teres como refém
Podes ter esta e mais aquela e aquela outra, mas de mim que sou louca, terás sempre a voz rouca
Podes fugir de ti e de mim, mas as cartas que escrevo serão sempre um princípio sem fim.
Podes voar, podes correr, podes nadar, cruzar novos caminhos, mas de mim vais lembrar.
Podes ser tudo o que não és, mas eu aprendi a saber-te e nesta vida de gente, a  palavra é quente.
Podes arranjar desculpas para tudo o que não fazes e para tudo o que não dizes,  não são fases, nem raízes, são aquilo que queres mostrar por tantas aves a árvore te pousar.
Podes desaparecer e nunca mais te ver, mas o destino está traçado e qualquer que seja o caminho, ele vai ser cruzado.
Podes..... mas eu não quero!!! 

AC ______ Alice Coelho.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015



SELVAGEM.........


Nos meus sonhos povoam os desejos de te querer e lamber, de te amar e queimar a cada instante e te agarrar naquele momento cálido e sem vento, em que as bocas se abocanham e os dedos amarfanham a pele, em loucuras divididas e não forçadas, tão somente apalpadas e tacteadas, banhadas de emoção e sentidas pela saudade apedrejada, em palavras a boiar nas águas do rio, bocejadas de olhares de verdade e gestos enfeitiçados de assobios musicados.
Sê selvagem, caminha nua e descalça, dança no anoitecer das palavras, mulher liberta na fogueira da paixão.
Selvagem!

AC ______ Alice Coelho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015


Decapitada e 100 pés ..............

Sem pés nem cabeça, com sonhos assentes no chão e realidades a esvoaçarem no ar, com vontade de rasgar céus e de descobrir caminhos, pensar mais além e chegar onde querer é ser e ser não é mais do que querer-te na manhã que te acorda ou na noite que te consola, no dia que te discorda ou na noite que te degola.
Sem pés nem cabeça, para andar e correr para te encontrar, para voar e viver para te abraçar.
Sem pés que te apanhem nem cabeça que te acompanhe num destino que descreves em folhas que escreves cheias de poemas algemados e versos libertados, despidos e ávidos, tímidos e húmidos.
Sem pés nem cabeça é o sentir que escrevemos e soletramos, que nos devemos e nos anunciamos.

AC _______ Alice Coelho.

terça-feira, 13 de outubro de 2015


Apetece(s)-me...................

Apeteces-me 
Dentro e fora de um abraço, acendes-me a chama e queimas-me o corpo em toques suaves de ternura ou bruscos de loucura em labaredas de seda esculpindo-me o corpo em sinuosas lambidelas, atada por gemidos, presa em celas, unidos por bramidos e húmidos e destemidos, acorrentados por palavras em saliva escorridas, entrelaçadas e salgadas, quentes e ardentes, calcorreando desejos entre presenças e ausências, coincidências e existências.
Apetece(s)-me
Dentro e fora de um abraço, de qualquer maneira, em qualquer ocasião e em qualquer sítio, sem poeira e atiçada pela fogueira.

AC ________ Alice Coelho.