domingo, 28 de fevereiro de 2016




 Pela Janela.......


Esgueira-se o olhar pela janela
Procuro os teus olhos perdidos
No longo espreitar de donzela
Rasgo o respirar no acontecer
Guardei o teu sorriso matreiro
Aspiro-te o cheiro o dia inteiro
Do meu rio ao teu há um separar
E nas suas margens há um atracar
De barcos de papel desencostados
Como lábios mordidos de palavras
Que na distância não sabem beijar.

© AC________ Alice Coelho
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016



De repente..........

Sente-se o aperto do abraço
O calor de um beijo
O afago e a ternura
O carinho
O abismo, a ternura e o caminhar sem destino numa distância absurda que nos arranca o sentir, num rio sem leito onde as águas emergem e os olhares convergem nas margens que se estreitam e nos afluentes que nos espreitam.
De repente........
Somos céu e terra, somos rio e mar, somos tu e eu a naufragar!!
De repente......
Afogamos o sentir, descansamos o suspirar e fica difícil respirar.

AC ______ Alice Coelho

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domingo, 14 de fevereiro de 2016



Amor .................. 

Não sei onde estás nem onde pairas
Não sei porque quero se tu nunca és
Nem areia, nem mar, nem sol nem as
marés que sobem e descem nas praias
Não sei se me pensas ou se me queres
Espreitas, foges, levas.me sem me teres
Deixo-te beijos e abraços em mensagem
Espero o barco sem tempestades além 
Numa vaga de ondas selvagens aquém
Numa berma de alto mar sem viagem 
Nem acostagem.

AC _______ Alice Coelho
© All rights reserved

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016


Difícil

Não está fácil pensar-te de longe
Imaginar o teu sorriso escondido
E fazer-te de enclausurado monge
Não está fácil esquecer os poemas
Virar os silêncios em cada esquina
E sentir em cada poro a adrenalina
Não está fácil esperar cada estrofe
E em cada palavra colocar apóstrofe
Difícil
É sentir o que não conseguimos decifrar
E traduzirmos pelo olhar o que é (A)mar

AC ________ Alice Coelho



domingo, 7 de fevereiro de 2016





Não sentes as minhas palavras escoadas de lama
Num peito amarrotado nas águas de mar filtrado
Em fogueiras ateadas pelo meu corpo em chama
Chamo-te em meu silêncio afogueado e arrepiado
Percorro-te com meus dedos em suaves devaneios
Em resumos de desejos ardentes e  toques alheios
E numa espera afogada de desespero e de aflição
Encolho-me na noite a ler os teus quentes poemas 
Num consolo apalpado de um corpo em ebulição.
Não há palavras que escrevam dores e silêncios
Mas há dores que se alteram e desviam os passos
E silêncios ultrapassados em momentos escassos.

AC ________ Alice Coelho






terça-feira, 2 de fevereiro de 2016


Dá-me lume
Acende-me o cigarro
Queima-me o corpo
Incendeia-me a alma
Ateia-me a fogueira
Alimenta-me a chama
Aquece-me em labaredas
Arde
Consome
Alimenta
E humedece as mãos 
Em suores ofegantes
Perturba-me o sentir
Toca -me 
Consola-me
Os teus dedos são a razão
De um abraço com emoção
Os teus olhos são o toque
De um amor cheio de paixão.
Dá-me lume
Tu fumas e eu não
Invertemos o sentido
Em bocas moucas 
E palavras loucas

AC _______ Alice Coelho